Ah, saudade

  

   Ah, saudade você sempre chega. 

  Eu ainda me lembro, como se tivesse sido ontem o nosso reencontro. Não consigo não sorrir. Como foram bonitos aqueles nossos olhares, nossos toques. Quem diria você se foi mesmo. Eu que ingenuamente pensei que seriamos pra sempre.

  Tua voz ainda ecoa na minha cabeça. É como se em cada lugar que eu fosse tivesse um pequeno detalhe pra eu me lembrar de tudo que passei com você. O teu cheiro ainda está na minha memória. As tuas loucuras. Os teus elogios. Eu não consigo lidar com tua ausência.

  Eu não consigo lidar com tudo que poderíamos ser. Não consigo lidar com as dúvidas.

  Já passou um tempo desde que nos falamos. Não sei mais como você está. Como estão as tuas dúvidas, os teus medos, que eu tanto me esforçava em ajudar. Realmente Martha Medeiros tem razão: “A saudade que mais dói é a saudade de um amor”.

  Eu nunca parei pra pensar o quanto sentir saudade é controverso. É porque tem aquela saudade da pessoa que a gente gosta e sabe que uma hora ou outra ela aparece. Mas, e a saudade da pessoa que não se sabe quando irá aparecer? Quando volta? Se um dia irá aparecer... 

  Eu sei você já disse que você iria me carregar pra sempre. Mas, será que na pratica isso realmente acontece?

  Essa safada da saudade sempre aparece. E se ela viesse sozinha, estava bom. Mas, ela trás as lembranças, as lágrimas, os apertos, as noites de insônia. Ordinária.

  O que me resta é ser amigo da saudade, porque ela veio pra ficar.